Tornar-se pai ou mãe muda completamente a sua vida.
O seu bebé passa a ser o centro de tudo e quer protegê-lo a todo o custo.
Mas chega um momento em que pode ter de deixar o bebé com outra pessoa — um avô, uma ama, um funcionário de creche ou um amigo.
Mesmo confiando na pessoa, pode sentir um aperto no estômago.
Este medo é completamente normal.
Muitos pais sentem ansiedade, culpa e até pânico só de pensar em deixar o bebé.
A boa notícia?
Pode aprender a lidar com este medo e superá-lo com a mentalidade e os passos certos.
Porque é que os pais têm medo de deixar o bebé
Antes de falarmos das soluções, é importante entender porque surge o medo.
- Laço forte – Você e o seu bebé têm uma ligação profunda. Estar separados parece estranho.
- Preocupação com a segurança – Pode recear que ninguém cuide do bebé tão bem como você.
- Falta de confiança – É difícil confiar a alguém algo tão precioso.
- Culpa – Alguns pais sentem-se culpados por “abandonar” o bebé, mesmo que seja por pouco tempo.
- Ansiedade de separação – Tanto os pais como os bebés podem sentir ansiedade quando estão afastados.
Perceber a raiz do medo ajuda a enfrentá-lo de forma mais eficaz.
Passo 1: começar devagar
Não comece por deixar o bebé um dia inteiro.
Em vez disso, opte por situações curtas e pouco stressantes.
- Deixe o bebé com uma pessoa de confiança durante 10–15 minutos enquanto dá um passeio ou toma banho.
- Aumente o tempo gradualmente à medida que se sentir mais à vontade.
Estes pequenos passos ajudam a mente a adaptar-se sem se sentir sobrecarregada.
Passo 2: escolher a pessoa certa
O seu nível de conforto vai depender muito de quem cuida do bebé.
Ao escolher alguém:
- Opte por uma pessoa em quem confia verdadeiramente.
- Certifique-se de que tem experiência com bebés.
- Observe como interage com o seu filho.
Se sentir algum desconforto, siga o seu instinto.
Muitas vezes, o medo vem de não confiar totalmente na pessoa. Nesse caso, é melhor escolher outra.
Passo 3: criar uma rotina
Os bebés sentem-se mais seguros com uma rotina.
E os pais também.
Se planear deixar o bebé em horários ou dias fixos, ajuda ambos a adaptarem-se.
Por exemplo:
- Todas as terças-feiras, a avó fica com o bebé durante duas horas.
- Todos os sábados, o seu parceiro leva o bebé a passear de manhã enquanto descansa.
Saber o que esperar reduz a ansiedade.
Passo 4: manter contacto
Se está preocupado com o bebé enquanto está ausente, a tecnologia pode ajudar.
Pode:
- Pedir à pessoa que envie mensagens ou fotos.
- Fazer uma videochamada rápida.
- Usar uma aplicação de vigilância se estiver por perto.
Pequenos contactos podem acalmar a mente sem interromper totalmente o seu dia.
Passo 5: preparar tudo com antecedência
Muito do medo vem da pergunta: “E se algo correr mal?”
Pode aliviar isso ao preparar tudo antes de sair:
- Levar fraldas, toalhitas, biberões e roupa extra.
- Escrever o horário, preferências e hábitos do bebé.
- Deixar contactos importantes para emergências.
Quanto mais preparado estiver, mais relaxado ficará.
Passo 6: lembrar-se dos benefícios para ambos
Deixar o bebé com outras pessoas não serve apenas para satisfazer as suas necessidades — também ajuda o bebé.
Quando o bebé passa tempo com outras pessoas:
- Aprende a confiar em mais de um cuidador.
- Desenvolve competências sociais e emocionais.
- Fica mais flexível em novas situações.
E para si:
- Ganha tempo para descansar e recuperar energias.
- Pode dedicar-se ao trabalho, hobbies ou autocuidado.
- Regressa ao bebé mais calmo e paciente.
Passo 7: praticar a auto-compaixão
É fácil ser duro consigo próprio e pensar “devia ser mais forte” ou “sou mau pai/mãe por sentir isto”.
Mas lembre-se — amor e preocupação andam muitas vezes de mãos dadas.
Em vez de se julgar, tente:
- Reconhecer os seus sentimentos sem vergonha.
- Lembrar-se de que está a fazer o seu melhor.
- Falar consigo com gentileza, como faria com um amigo.
Passo 8: criar confiança com o tempo
A confiança não surge de um dia para o outro — constrói-se com experiências positivas repetidas.
Cada vez que deixa o bebé e regressa para o encontrar seguro e feliz, o seu cérebro aprende: “Está tudo bem. O meu bebé está seguro.”
Com o tempo, o medo desaparece e dá lugar à confiança.
Passo 9: gerir os pensamentos
A ansiedade cresce muitas vezes com pensamentos “e se…”.
Por exemplo:
- “E se o bebé chorar o tempo todo?”
- “E se acontecer alguma coisa má?”
Em vez de deixar estes pensamentos crescerem, tente reformulá-los:
- “Se o bebé chorar, o cuidador saberá acalmá-lo.”
- “Escolhi uma pessoa de confiança — o meu bebé está em boas mãos.”
Treinar a mente para focar em pensamentos realistas e positivos reduz o medo.
Passo 10: aumentar gradualmente o tempo de separação
Depois de ganhar confiança com separações curtas, vá aumentando aos poucos.
Plano exemplo:
- 15 minutos com uma pessoa de confiança.
- 30 minutos para uma pequena tarefa fora de casa.
- 1 hora para almoçar com um amigo.
- 2–3 horas para ver um filme ou ir a uma consulta.
Este processo lento ajuda as emoções a adaptarem-se de forma natural.
Passo 11: falar sobre o que sente
Guardar os medos só os faz crescer.
Em vez disso, partilhe com:
- O seu parceiro
- Um amigo que também seja pai ou mãe
- Um grupo de pais ou um psicólogo
Ouvir outros dizerem “eu também senti isso” pode trazer grande alívio.
Vai perceber que não está sozinho(a) — e que é possível superar o medo.
Passo 12: celebrar o progresso
Sempre que deixa o bebé e corre bem, celebre.
Não precisa de ser algo grande — até dizer para si mesmo(a) “consegui!” já é suficiente.
Estas pequenas vitórias aumentam a confiança e mostram que está a crescer como pai ou mãe.
Quando o medo pode ser um problema maior
Alguma preocupação é normal, mas se o medo for muito forte ou não melhorar, pode ser sinal de ansiedade pós-parto.
Sinais a ter em conta:
- Dificuldade em dormir mesmo sabendo que o bebé está seguro
- Pensamentos constantes “e se” que não consegue controlar
- Sentir pânico só de pensar em estar longe do bebé
Se isto lhe acontecer, é importante falar com um médico ou psicólogo.
Eles podem dar ferramentas e apoio para lidar com a situação.
Considerações finais
Ultrapassar o medo de deixar o bebé com outras pessoas leva tempo, paciência e confiança.
Comece devagar, escolha cuidadores certos e prepare-se bem.
Use a tecnologia para manter contacto e lembre-se dos benefícios para si e para o bebé.
O mais importante — seja gentil consigo.
Não é “superprotetor(a)” nem “fraco(a)”.
É um pai ou mãe que está a aprender a deixar ir, pouco a pouco.
Com cada passo, ganhará confiança e, em breve, deixar o bebé por curtos períodos será algo natural, não assustador.
O seu bebé vai crescer com isso.
E você também.
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